Sobre Shaming

Atravessando o "pântano da alma"

Nós crescemos numa cultura em que envergonhar e assediar os colegas era não só aceito como validado. Os bullies eram geralmente os garotos mais “populares” nas escolas. Como diz Brené Brown, “a vergonha é uma epidemia em nossa cultura”.

Há também a expressão slut shaming que seria numa tradução grosseira “tachar de prostituta” ou seja, envergonhar e humilhar uma mulher que “não seja recatada” como a sociedade espera que ela seja, ou que expresse sua sexualidade da forma que ela deseja, independente dos padrões hipócritas de uma sociedade. O slut shaming é uma potente ferramenta do sistema machista e extremamente eficiente na tarefa de reprimir a sexualidade feminina e todas as suas formas de expressão.

O shaming pode vir forte nas relações não mono, porque nós começamos a nos conhecer, a nos empoderar e a nos libertar (afetiva e sexualmente). E daí passamos a nos divertir… com outras pessoas além de uma parceria. E aí vem o ciúme… que pode ser reconhecido ou não. E o ciúme utiliza de várias ferramentas para tentar controlar e sair da zona de desconforto.

E então tomade pela insegurança e medo, pode-se utilizar do shaming para, por exemplo, condenar u parceire que está tendo uma conversa mais íntima, mandando nudes, etc. Essa questão pega forte pra nós mulheres, porque nos atinge lá no nosso íntimo, nos nossos medos ancestrais do slut shaming ou seja, de sermos tachadas de putas e por isso, não sermos mulheres “limpas, honestas" ou "dignas de um casamento”.

“Se vamos buscar um caminho para nos encontrar, temos que entender e conhecer a empatia, porque empatia é o antídoto para a vergonha” (Brené Brown).

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Psicóloga, Doula e Terapeuta de Casais. Mestre em Estudos sobre a Igualdade. Mãe e feminista.

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Ade Monteiro

Psicóloga, Doula e Terapeuta de Casais. Mestre em Estudos sobre a Igualdade. Mãe e feminista.