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A história que eu crio

Lidando com traumas e gatilhos nas relações

“Eu devo estar gorda… estou péssima nesse maiô”
“Ele deve estar pensando em se separar de mim, é por isso que não está vendo nada de especial nesse momento a dois”
“Eu já não tenho aquele corpo de antes… ele não deve sentir mais desejo por mim”
“O que se passa na cabeça dele? Estou cansada de demonstrar amor sozinha!”

Precisamos ouvir mais nossas relações, precisamos compreender as histórias que cada pessoa traz consigo. Muitas vezes histórias carregadas de medo, de perdas, de não aceitação, de abuso, violência, negligência.
Precisamos acessar nossas próprias histórias, e compreender como elas interferem em nossas relações.
Mas precisamos também aprender a diferenciar nossas histórias reais das histórias que criamos para lidar com o medo do abandono ou da rejeição.

Se ele não me retorna o carinho eu devo estar feia, ou se ele demonstra indiferença ele deve estar me traindo, ou se ele não coopera com a casa/os filhos ele é egoísta, ou se ela é ciumenta é porque quer me controlar, ou se ela fecha os olhos quando faz amor é porque está fingindo, etc etc.

Ele não retorna o carinho ou se mostra indiferente por que está enfrentando seus próprios fantasmas internos da depressão ou da crise do pânico. Ele não coopera porque pode nunca ter feito essas tarefas ou aprendido que elas são de igual responsabilidade do homem, ou pode ser que ele sinta o peso da masculinidade tóxica afirmando pra si mesmo que fazer "tarefas femininas" o torna "frágil e afeminado"... E se ela é ciumenta ela pode ter uma questão séria de baixa auto-estima ou baixa auto-confiança, decorrente de um modelo de relação tóxica com seu próprio pai/mãe que era uma pessoa ciumenta e controladora, ou ela pode ter um profundo medo do abandono/rejeição por ter sido abandonada/rejeitada por alguém, e se ela fecha os olhos ela pode estar simplesmente se concentrando em sentir o prazer daquele momento...

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Psicóloga, Doula e Terapeuta de Casais. Mestre em Estudos sobre a Igualdade. Mãe e feminista.

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Ade Monteiro

Psicóloga, Doula e Terapeuta de Casais. Mestre em Estudos sobre a Igualdade. Mãe e feminista.